A montadora japonesa Nissan anunciou uma reestruturação global agressiva para reverter sua maior crise financeira em mais de uma década. O plano, batizado de “Re:Nissan”, prevê o fechamento de 7 fábricas, o corte de até 20 mil empregos no mundo todo e o cancelamento de projetos, como parte de uma estratégia de redução de custos e otimização da produção global.
Crise histórica força reestruturação global da Nissan
Enfrentando um prejuízo bilionário no último ano fiscal — cerca de 670,9 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 4,5 bilhões) —, a Nissan decidiu tomar medidas drásticas para evitar o colapso de suas operações. O fraco desempenho nos principais mercados, como China e Estados Unidos, somado ao aumento dos custos operacionais e tarifas comerciais desfavoráveis, colocou a montadora em situação crítica.
Segundo a nova liderança da empresa, o objetivo é reduzir 30% da capacidade produtiva global (excluindo a China), saindo de 17 fábricas para apenas 10 até o ano fiscal de 2027.
Nissan cortará até 20 mil postos de trabalho em plano de recuperação
Como parte das medidas de contenção, a Nissan pretende demitir cerca de 20 mil trabalhadores globalmente — cerca de 15% da sua força de trabalho total. Deste total, 9 mil cortes já haviam sido anunciados anteriormente. Essa redução de pessoal visa ajustar a produção à nova realidade da demanda global por veículos e aliviar a pressão sobre os custos da empresa.
Cancelamento de projetos e foco em eficiência
Outro destaque do plano “Re:Nissan” é o cancelamento de projetos não rentáveis, como a construção de uma nova fábrica de baterias de ferro-lítio na unidade de Kyushu, no Japão. A montadora também pretende reduzir de 13 para 7 o número de plataformas de veículos até 2035, além de diminuir o tempo médio de desenvolvimento de novos modelos, de 52 para 30 meses.
Nissan sob nova liderança: foco na recuperação até 2026
A crise interna levou à renúncia do ex-CEO Makoto Uchida em março de 2025, após o fracasso das negociações de fusão com a Honda. Quem assume agora é Ivan Espinosa, que terá a missão de reorganizar a empresa, atrair novos parceiros estratégicos e colocar a Nissan novamente no caminho da lucratividade até o ano fiscal de 2026.